domingo, 13 de julho de 2008

Quando a alimentação natural vira obsessão.


Você já se atrasou para algum compromisso por ficar analisando os percentuais de gordura de algum alimento? Deu uma de chata enchendo garçons de perguntas sobre os ingredientes dos pratos do cardápio? Conhece mais o rótulo de alguns produtos do que sua mãe as músicas do Roberto Carlos? Cuidado! A obsessão pelo consumo de alimentos saudáveis é um distúrbio chamado ortorexia nervosa.
“A ortorexia nervosa consiste em uma obsessão em relação a alimentos naturais considerados ‘saudáveis’. A pessoa tem uma preocupação exagerada com o que é consumido, se locomove grandes distâncias e muitas vezes paga preços muito elevados em busca da saúde”, define Marco Antonio De Tommaso, psicólogo credenciado pela Associação Brasileira para Estudo da Obesidade.
Essa preocupação pode ter o efeito inverso do esperado. A obsessão pela "alimentação saudável" chega a implicar na perda de nutrientes importantes, como vitaminas, cálcio e ferro. É comum os ortorexicos apresentarem anemia. Em casos mais graves, eles têm até osteoporose. Para o obsessivo, nem sempre há ambição de emagrecer, como na anorexia, mas de "ter saúde".
Passar horas no supermercado estudando a composição dos alimentos, comprar apenas produtos orgânicos, lights, diets ou macrobióticos, prezar pela ausência de componentes químicos (aditivos, conservantes etc) e excessivo planejamento das refeições são sintomas deste distúrbio. Se, acidentalmente ou não, os ortorexicos ingerirem esses alimentos, entram em profundo sentimento de culpa.
Tem cura? Tem! “Ela depende de diversos fatores, como tempo da enfermidade e associação a outras patologias, entre elas, depressão e TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). O fator central da ortorexia, como nos demais Transtornos Alimentares, é a baixa auto-estima do obsessivo. O tratamento deve ser conduzido por psicólogos, nutricionistas ou médicos”, diz o psicólogo.
Tommaso afirma ainda que a vida social destas pessoas é muito alterada. Para seguir seus padrões, elas recusam se alimentar em restaurantes ou na casa de amigos, por exemplo. Toda sua rotina é construída baseada na alimentação.
Fonte - MBPress

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