A belíssima atriz Angelina Jolie com sua boca carnuda e voluptuosa é referência internacional de beleza e a maioria das mulheres cobiça o bocão da estrela. Entretanto, apesar de todas quererem a boca de Angelina e recorrerem às intervenções estéticas, porque os resultados, em muitos casos, ainda ficam tão artificiais? Por que a medicina, numa era de técnicas literalmente miraculosas, não consegue dar às mulheres os tão sonhados lábios carnudos?A resposta é simples para Mônica Linhares, dermatologista especialista em medicina estética: “Angelina é Angelina Jolie, assim como cada pessoa possui suas características próprias. Não dá certo transformar uma boca fininha num bocão. Quem sonha com uma boca à la Jolie esquece que não tem o rosto dela. O preenchimento de lábios exige respeito à simetria do rosto e ao desenho original de cada paciente. Senão, fica com boca de peixe" diz a especialista que atende em seu consultório no Rio de Janeiro diversos famosos, entre eles mulheres que procuram preenchimentos labiais. Nos últimos dois anos a procura por preenchimentos labiais aumentou em 40% entre pacientes de 20 a 40 anos, batendo um record que antes era liderado por mulheres por volta dos 50, 60 anos.É necessário ter muita cautela pois temos casos desastrosos e às vezes irreversíveis.
Pesquisas mostram que o aumento de boca é o segundo procedimento mais procurado nos consultórios – só perde para tratamentos anti-rugas e que é difícil controlar os pedidos. “Todas querem colocar mais do que deviam”. Algumas conseguem, e aparecem então os deletérios resultados observados no rosto da nada controlada Donatella Versace, 53 anos, que está praticamente deformada. A estilista italiana é um caso típico de como inflar os lábios pode virar uma espécie de vício e de como os exageros não fazem bem a ninguém.
O profissional deve orientar suas pacientes a nunca ultrapassar os limites e não faz procedimentos em pessoas menores de 18 anos. Por ter esta cautela os resultados são excelentes. Precisamos ser firmes com as pacientes mais afoitas e que em um só procedimento querem injetar mais quantidade de preenchimentos do que sua harmonização facial.
O procedimento é simples. Por um preço que varia de R$1000,00 a R$3000,00 reais (dependendo do produto), a paciente toma anestesia local e, durante uma hora, submete-se a cerca de 10 picadas que injetam nos lábios um dos preenchedores temporários existentes no mercado. “Há preenchimentos com colágeno e com gordura da própria paciente, mas a maioria é feita com produtos à base de ácido hialurônico. Num prazo médio de oito meses, ele é absorvido pelo organismo. Enquanto dura, o ácido ocupa espaço, atrai líquido e estimula a produção de colágeno, inflando os lábios. Existe também o procedimento definitivo feito com uma substância – chamada polimetilmetacrilato (PMMA) que é um bom preenchedor, mas não são todos os pacientes que podem utilizá-lo”.
Qualquer pessoa pode melhorar sua aparência, mas que a sutileza do contorno dos lábios e a harmonia com o resto do rosto são os detalhes principais na hora de optar pelo preenchimento e propõe que um teste seja feito: “Contornar com um lápis a boca um pouco além do limites naturais e colocar gloss transparente, pode ser uma opção para prever como será o resultado, mas somente no consultório médico, ocorre uma definição de como ficará o preenchimento”.
A modelo Isabella Fiorentino, um dos rostos mais bonitos do Brasil fez preenchimento labial com polimetilmetacrilato (PMMA) por curiosidade, como ela mesmo alega e ficou “com um bocão que não combinava com sua silhueta”. Já passou por duas cirurgias para tentar reverter o processo já que achava sua boca mais chique e elegante antes do preenchimento. Devido a casos como os de Isabella é que Mariana Pinheiro Machado explica aos seus pacientes as conseqüências dos exageros. “Faço uma aplicação bem sutil e natural, dando prioridade à simetria do rosto das pacientes. Quando me pedem para deixá-las com um “bocão”, oriento a primeiro fazer um preenchimento temporário para que não haja arrependimentos futuros. Os exageros podem deixar rostos assimétricos, apagando muitas vezes traços finos e bonitos”.
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