
A atividade da amígdala do cérebro de homossexuais se mostrou semelhante ao do cérebro de heterossexuais do sexo oposto.
Se a homossexualidade é genética ou consequência do ambiente, é um dilema para a ciência. "Eu acho que não, não nasci gay", conta o enfermeiro Maximo Tarchitti.
"Mas realmente a maioria dos homossexuais já nascem com isso, queira ou não queira. Eu sou um exemplo vivo. Eu já nasci assim", contesta o estudante Hilton Fontenelle.
Duas novas tentativas de resposta sobre a origem da homossexualidade foram dadas nos últimos dias. No prestigiado Instituto Karolinska, na Suécia, que escolhe todos os anos o Prêmio Nobel de Medicina, cientistas estudaram o cérebro de 90 pessoas.
Eles analisaram a amígdala, uma parte do cérebro relacionada às emoções. O resultado foi intrigante. A atividade elétrica associada à amígdala é mais parecida entre homens heterossexuais e lésbicas; e entre gays e mulheres; do que entre os homens, gays ou não; e entre mulheres, independente de suas preferências sexuais.
Os pesquisadores também mediram o cérebro dessas pessoas e descobriram que o dos homens hetero e das mulheres lésbicas possui uma curiosa semelhança. A metade direita do cérebro é levemente maior do que a esquerda. No caso de mulheres heterossexuais e de homens gays, as duas partes têm tamanho parecido.
"Eu penso que isso seria uma forma hiper moderna de se continuar discutindo o sexo dos anjos. Eu acredito que ninguém nasce homossexual, heterossexual ou bissexual. A criança vai experimentando as coisas", afirma a atriz Melissa Coelho.
"Essa preocupação é uma grande bobagem", lamenta o estilista Almir França.
"Eu sou lésbica, me identifico como tal. Não sou homem e nem sou hetero. Só isso", esclarece a contadora Gilsa Rodrigues.
"Isso é muito perigoso. Quando a gente, na verdade, está querendo avançar em direitos, vem a ciência no contra-fluxo querendo nos reduzir a um grupo biológico específico", afirma o assessor administrativo Felipe Gomes.
Embora os cientistas tenham registrado as diferenças no cérebro, eles ainda não sabem se elas são a causa da preferência sexual ou apenas consequência dessa escolha, já que comportamentos podem alterar funções cerebrais.
Ö que podemos dizer é que hoje os cérebros estão diferentes entre homossexuais e heterossexuais, mas será que desde o início da vida dessas pessoas já eram diferenciados", questiona a psiquiatra Carmita Abdo.
Um dia depois da publicação da pesquisa sobre as semelhanças entre o cérebro de homossexuais e o do sexo oposto, foi publicado um estudo de um cientista italiano que tenta demonstrar que a homossexualidade possui um componente genético, que seria transmitido pela mãe. O professor de Genética do Comportamento da Universidade de Pádua, Andrea Camperio Ciani, estuda 400 homossexuais masculinos e suas famílias há oito anos.
Fazendo um estudo matemático, ele constatou que, em famílias de homens gays, a mãe, a avó e as tias da linha materna costumam ter mais filhos que a avó e as tias da família do pai. Ele acredita que essa descoberta pode resolver o impasse da homossexualidade na Teoria da Evolução. A teoria de Darwin diz que os genes se mantém na população para favorecer a reprodução. Segundo o professor, a homossexualidade não se encaixa nisso.
Segundo o professor de Psicologia Evolucionista, onde existem mais homossexuais, a genética compensaria dando mais fertilidade às mulheres. A homossexualidade seria um estratégia dos genes para aumentar a fecundidade feminina.
As duas pesquisas, divulgadas essa semana, indicam razões biológicas e genéticas para a homossexualidade. Mas a ciência ainda não tem uma resposta.
"No atual estágio de conhecimento, o que nós podemos dizer é que a orientação sexual, seja ela homo ou heterossexual, tem influências bio, psico-sociais. Biológicas, genéticas. Psicológicas, emoções, vivências, experiências de vida. E sociais, a cultura, o meio no qual o indivíduo está inserido", conclui a psiquatra Carmita Abdo.
Fonte: Fantástico
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