
Não é tarefa fácil manter a auto-estima elevada num mundo que só valoriza quem veste manequim 38, mede pelo menos 1,70 metro e pesa 50 quilos — além de ser loira, bronzeada, de cabelo liso e longo, lógico. Consegue sobreviver nessa selva — e ser feliz — quem descobre seus pontos fortes (como a Claudia, aí ao lado) e aprende a se gostar, a se sentir bela. Aqui, nós mostramos o caminho!
por Denise Ribeiro foto Caca Bratke
Auto-imagem e auto-estima caminham juntas. Quem não gosta de si mesma, ainda que seja linda, não fica de bem com o espelho. Beleza é uma questão não só de imagem mas também de auto-imagem. A visão que formamos de nós mesmas, nosso retrato mental, precisa corresponder à nossa beleza física. “Por isso, muito mais do que ser ou estar bela, é importante se sentir bela”, diz o psicólogo Marco Antonio de Tommaso, consultor do fórum Clube da Gordinha, no site de BOA FORMA.
Ele fala com conhecimento de causa, já que trabalha com modelos — magras, longilíneas, donas de corpos que o mundo considera perfeitos — e que, por incrível que pareça, nem sempre estão felizes com a própria aparência. “O grau de insatisfação das modelos consigo mesmas é maior do que entre outras garotas. Algumas sofrem de uma feiúra imaginária”, alerta.
De onde viria essa percepção distorcida de si mesma? Provavelmente de uma auto-estima fora do lugar. E muita coisa interfere no nosso retrato mental, na nossa auto-imagem: as experiências que vivemos, os estímulos que recebemos, as referências de beleza que seguimos. Se o histórico de experiências em relação à gente desde a infância é negativo se ganhamos apelidos pejorativos na escola, por exemplo , tendemos a desenvolver uma auto-imagem que não condiz com a realidade. No caso das modelos, pesa o fato de serem garotas novas e imaturas, submetidas a um grau feroz de comparações. Mesmo que sejam as mais bonitas da escola, elas vão disputar castings (processos de seleção) com outras garotas lindas e enfrentarão a exigência de uma beleza quase perfeita. “É uma carga muito pesada: em alguns casos, mesmo que aplaudidas nas passarelas, elas precisam de terapia”, diz Tommaso.
Mas como não se deixar influenciar por padrões de beleza? O primeiro passo é conhecer e valorizar nossas potencialidades, meio caminho andado para a aceitação dos nossos limites. “Respeitar o seu tipo físico é fundamental. Se você tem quadris largos, jamais conquistará o corpo da Gisele Bündchen”, lembra Tommaso. Não significa ter pena de si mesma, mas correr atrás para mudar o que for possível. Se o seu bumbum não é durinho, que tal caprichar na ginástica em vez de ficar se lamentando? Buscar um belo corpo, que reflita no espelho uma imagem que nos agrade, melhora a auto-estima. Pesquisa realizada por meio da internet com 800 leitoras de BOA FORMA mostra que a maioria (83%) pratica exercícios e está de bem com a imagem. Diante da pergunta “Você se considera...”, seguida de atributos como normal, bonita, atraente, linda, sensual, feia, bem produzida, mais de 70% responderam normal e bonita. Prova de que a aceitação da aparência está relacionada a uma percepção positiva de si mesma vem nas respostas à pergunta: “Como é seu jeito de ser?” Mais de 60% se declararam alegres, trabalhadoras, sonhadoras e otimistas. Porém, se achar normal e bonita não significa aceitação incondicional do próprio corpo. Diante do espelho, aquele algoz que enfrentamos diariamente, 69% das pesquisadas acham que precisam mudar “alguma coisinha”.
Fonte: Revista Boa Forma.
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